Antes de começar a falar em hérnia de disco vou dar uma breve explicação de como funciona a coluna vertebral.
Nossa coluna é composta por um conjunto de ossos sobrepostos chamados de vértebras. Superiormente se articula com o osso occipito (crânio) e inferiormente com o do quadril (bacia). Nossa coluna é dividida em 4 regiões: cervical (7 vértebras), torácica (12 vértebras), lombar (5 vértebras), sacro-coccígea (5 vértebras sacrais e 4 coccígeas, que a partir dos 18 anos começam a fusionar-se (figura1). Entre as vértebras existem os amortecedores do nosso corpo que são os discos intervertebrais. Estes são formados por um núcleo pulposo e ânulos fibrosos.
Figura 1 |
A hérnia de disco surge, como consequência de diversos pequenos traumas ou um trauma severo sobre a coluna. Com o passar do tempo, as estruturas do disco intervertebral vão sendo lesadas, chegando ao ponto do núcleo pulposo migrar de seu local, do centro do disco para a periferia, em direção ao canal medular ou nos espaços de onde saem as raízes nervosas, levando a compressão dessas estruturas (figura 2). A hérnia de disco pode acometer vértebras cervicais, lombares e raramente torácicas.
Figura 2 |
O portador desta patologia, de inicio poderá sentir apenas desconfortos nas regiões afetadas. Se não tratado logo, aos poucos poderá ter dificuldade ao levantar de uma cadeira por exemplo, caminhar, espirrar, tossir. A dor então, passa de localizada para irradiada, onde o paciente começa a sentir formigamento em mão e/ou pés, muitas vezes perdendo a força dos membros. Dependendo da raiz nervosa envolvida a dor será irradiada para uma área específica do membro. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 5,4 milhões de pessoas sofrem deste mal.
O exame mais completo para se diagnosticar uma hérnia de disco é a Ressonância Nuclear Magnética. Partindo disto, se o paciente não apresentar-se em um estágio mais avançado, pode ser feito tratamentos conservadores para amenizar a dor e outros sintomas. Fisioterapia, acumpuntura, hidroterapia, analgésicos e até mesmo infiltração do local são algumas alternativas antes de qualquer procedimento cirúrgico. A Quiropraxia vem apresentado excelentes resultados em pacientes com lesões discais. O ajuste articular realizado pelo quiropraxista faz com que a região comprometida tenha mais mobilidade, diminuindo a compressão nervosa, consequentemente diminuindo a dor e a inflamação que a própria hérnia causa no local. Não há contra-indicações para se fazer este tipo de tratamento em portadores de hérnias cervicais e lombares. Vale também lembrar que, além de tratar a causa da dor, a quiropraxia também estará prevenindo que a lesão aumente ainda mais.
O processo de degeneração discal divide-se em 4 fases:
1º fase- Abaulamento discal: esta é a etapa inicial da doença. O disco intervertebral apresenta-se em início de envelhecimento e seu ânulo fibroso apresentam fissuras que levam o disco a forma de arco. Podemos compará-lo com uma câmara de pneu velho que vai perdendo seu formato. Nesta fase o tratamento é mais rápido e fácil, tendo quase que 90% de chances de sucesso na remissão da dor.
2º fase - Protrusão discal: nesta fase o abaulamento é maior podendo atingir algumas raízes nervosas, medula e saco dural. A doença já esta numa fase mais avançada e possivelmente já degeneração discal.
3º fase- Extrução discal: esta fase é mais conhecida por todos - Hérnia de disco. Nesta fase o núcleo pulposo e o anel fibroso já estão em grande estado de degeneração. As estruturas nervosas estão comprometidas pelo estreitamento dos canais aonde passam os nervos, medular e saco dural.
4° fase - Sequestro ou fragmento: esta é a parte mais rara da doença. Consiste da ruptura de todos os ânulos fibrosos e parte do disco que se encontrava extrusa se separa do resto do disco, parte do material fica dentro do canal medular. A compressão provoca inflamação importante e compressão contínua, onde o indivíduo apresenta posição antálgica, inclinando a coluna vertebral. Neste caso o procedimento cirúrgico é o mais indicado.
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