segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Osteoartrite do Joelho

Postado por Livia de Mello Munhós às 09:39
A Osteoartrite do joelho (OA) é uma causa muito comum de dor nesta articulação em pacientes acima dos 55 anos. Obesidade, história de lesão no joelho, fraqueza no músculo quadríceps e atividades de alto impacto aumentam a probabilidade do desenvolvimento desta patologia.


Apresentação Clínica


O lado medial ou os lados anterior e medial do joelho podem ficar doloridos, mas entretanto, a articulação toda pode ficar dolorida. Em geral a dor carcteriza-se por ser incômoda e contínua. Inicialmente ela está presente em atividade como descer e subir escadas (principalmente ao descer).


A medida que a doença progride, a dor torna-se presente em atividades menos vigorosas, como caminhar por longas distâncias. O joelho também se torna rígido e o paciente pode notar inchaço, relatando que o mesmo leva "algum tempo para aquecer", depois de posicionar-se de pé e caminhar ou depois de levantar pela manhã. Á medida que o paciente caminha, o joelho é aquecido e o paciente sente alívio da rigidez. Depois de permanecer sentado muito muito tempo, pode haver uma sensação de bloqueio e falseio no joelho.


Quando a doença começa a se tornar mais grave, a dor pode ser continua e apresentar-se a noite, levando a pessoa a acordar durante o sono.


Exame Físico


Paciente pode apresentar marcha antálgica, com favorecimento do lado assintomático. Um derrame leve pode estar presente, embora o calor e o inchaço devam levantar suspeita de sepsia. A creptaçã (estalos) pode ser notada em movimentos de flexão e extensão da articulação. Entretanto, não costuma existir um ponto doloroso que reproduza os sintomas no paciente. A comparação ao lado contrário ao afetado pode reproduzir atrofia de quadríceps.


O exame de imagem como raio-x é suficiente para diagnosticar a OA de joelho. Nele, apresenta-se um estreitamento assimétrico do espaço articular, osteófitos (bicos de papagaio), cistos subcondrais, entre outros.


Tratamento


Em casos mais leves a moderados, a fisioterapia ainda é o mais indicado, principalmente para fortalecer a musculatura do quadríceps e melhorar a biomecânica da marcha.


Em suma, o paciente precisa manter-se ativo. Uma vez que o joelho esteja dolorido a tendência é não forçá-lo. Entretanto na OA, a cartilagem é degradada. Para que haja continuidade ao processo de nutrição a cartilagem restante, a carga e o movimento são essenciais. Se o paciente não utilizar a extremidade dolorida, a cartilagem poderá sofrer rápida erosão e será muito difícil interromper o processo de maneira não-cirúrgica. Naturalmente não deve-se forçar o joelho quando estiver com dor, mas deve-se então procurar um equilíbrio saudável.


Fármacos anti-inflamatórios não esteróides podem ser efetivos no alivio da dor.


Suplementação oral com sulfato de glicosamina e condroetina podem ser útil, embora sejam necessárias mais pesquisas para que se façam recomendações definitivas.Uma das vantagens desse medicamento, é que eles não apresentam tantos eleitos colaterais quanto os anti-inflamatórios.


A infiltração intra-articular de esteróide e anestésico também é bastante eficaz. Esse tipo de tratamento oferece geralmente alivio de 4 a 12 meses, podendo ser repetida até 3 vezes por ano quando necessário. A medida que a doença progride as injeções de esteróides se tornam menos eficazes.


A quiropraxia não atua diretamente na OA, mas melhora a desigualdade do comprimento dos membros inferiores que  aumentam o risco de artrose. Neste caso, um alinhamento da coluna, mais especificamente no quadril, faz com que a marcha do portador de artrose fique melhor.Contudo, muitos pacientes começam a queixar-se de dor em outras regiões do corpo como coluna lombar, cervical e até mesmo no joelho oposto como forma de compensação da dor. Desta forma, o tratamento quiroprático é muito eficaz no alivio e prevenção de dores músculo-esqueléticas causadas pela OA.


Em casos mais sérios de encurtamento de membros inferiores causado por algum trauma, processo cirúrgico ou problema congênito o mais indicado é o uso de palmilhas ortopédicas para diminuir a diferença das pernas e a sobrecarga dos joelhos.


Quando as medidas conservadoras falham, existem diversas opções cirúrgicas disponíveis incluindo a artroscopia. O tratamento cirúrgico mais comum e efetivo é a artroscopia total de joelho (prótese). Nesses casos o paciente consegue voltar a ter uma qualidade de vida bem melhor do que antes.

                                                                    

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